GRÁVIDAS E PARTO

São José dos Campos - SP

Parto Humanizado Domiciliar em São José dos Campos - São Paulo | Nascimento de Raquel | Fotografia de Parto | Relado do Parto da Fernanda Deschamps

Parto Humanizado Domiciliar em São José dos Campos - São Paulo | Nascimento de Raquel | Fotografia de Parto | Relado do Parto da Fernanda Deschamps


“As contrações ainda estavam fracas. Eu brincava falando: quero aquelas contrações que não me deixam falar. Quero entrar na partolandia. Quero mergulhar fundo e saber que o fato de eu não estar mais tão presente, me faz ter a certeza de que minha filha tá chegando.

Após o banho, as contrações se mantiveram, mas eu ainda permanecia na fase latente, pois eu conversava, brincava, comia sem ninguém “me obrigar”. E no final da tarde, as minhas enfermeiras chegaram. E após o primeiro exame de toque eu estava com 5 cent. Mas eu estava bem. Parir em casa, com pessoas que você ama e confia por perto é realmente diferente.

A fase latente durou o dia inteiro. Aquilo me deixou ansiosa, mas, hoje, após o parto, eu sei que foi importante, pois eu precisava passar por aquilo. Queria colocar o Theo para dormir. Queria abraçá-lo apertado pela “última vez” sabendo que ele era filho único. Queria olhar no fundos dos olhos dele, sem sentir aquela dor que toma conta de nós quando entramos na fase ativa. Se eu tivesse na fase ativa, não teria feito nada disso.

Queria que meu filho soubesse o quão amado ele era. Tudo mudaria dali para frente. E não adianta terceirizar, tinha que ser eu. Eu e ele.

Dei a janta do Theo. Rimos. Dancei com ele. Abracei muito, beijei muito. O Carlos deu o banho dele( como de costume) trocamos ele, conversamos com ele. Oramos. E fomos para o quartinho dele. Colocamos ele no berço.

Eu me despedi falando que ele era o motivo de a gente querer outros filhos, pois foi por causa dele que a gente experimentou esse amor, que transcende o corpo.”


“Pensei que ele pudesse relutar para dormir, pois tinha gente de fora em casa, mas para a nossa surpresa: ele adormeceu. Tudo estava cooperando para eu relaxar. Eu entrar em conexão com minha bebê e as contrações engreganarem.


“Minha equipe achou melhor eu tirar um cochilo, pois estava cansada já. Já era 21:00. E as contrações ainda estavam sem ritmo. O dia todo de espera. Resolvi deitar e colocar o despertador para 45 min. Senti medo. Medo de desandar. Medo de não ser naquele dia. Orei a Deus para que tudo acontecesse logo. Para que eu me sentisse descansada e para que eu mergulhasse na fase ativa. Em um trabalho de parto temos que ter essa consciência. Tudo pode ser muito rápido ou não. Afinal, o nome é trabalho de parto.

Acordei da soneca revigorada. Me senti descansada. O medo ainda batia. E por volta das 23:00 minha bolsa rompeu. Depois dali, entrei na partolandia. A próxima contração pós bolsa rota, foi daquelas que a gente sente, a gente não tem dúvidas de que entramos ali. É daquelas que você perde a fala. A gente acha que não vai dar conta na próxima contração. Mentaliza que é seu bebe se despedindo do seu corpo.

Mentaliza que depois de ( 39 semanas + 5 dias no meu caso) ele estava dando o último abraço. A minha doula se tornou muito mais importante nesse momento.

Apos o dia todo me ajudando, acalmando, orientando, mas foi ali que eu vi a face dela. @marianalopesdoula Foi ali que eu vi a força feminina. O quão importante foi me entregar. O quão importante foi dormir por 45 min. Eu pedia abraço. Eu tentava focar na respiração. Não fiz nada disso no trabalho de parto do Theo. E acredite: funciona. Faz diferença na hora da dor.

Eu me acalmava nas palavras do meu marido e no seu corpo quentinho. Eu não reconhecia mais os rostos. Eu permaneci com os olhos fechados. Buscava me conectar com minha neném. Pedia para Deus me fazer ser forte. Orava. Vocalizava( super importante também) Tentava respirar da maneira correta( como minha doula ensinou) Tentava não contrair o maxilar. Na hora da dor você precisa se entregar. É difícil, eu sei. Não adianta brigar com a dor da contração. O melhor é se entregar. Fácil falar, mas por experiência própria, eu te digo: não adianta lutar contra ela. Ela tá ali com um propósito maior: trazer seu bebe ao mundo. Não é uma dor desnecessária. Não igual quando você tropeça na calçada. E não faz sentido. Dessa vez, a dor, fará sentido.”


“Parir é uma experiência tão única, mas não se cobre se você não a vivenciou. O mais importante é: seu filho vir saudável.

Para a realidade do Brasil, eu sei que parir de forma normal ou natural, é brigar contra um sistema cesarista. A mentalidade do Brasil vai contra boa parte do mundo. Eu não sou contra a cesárea - bem pelo contrário - ela veio para salvar vidas. E contar com ela é muito importante. Meu psicológico estava preparado para isso. Caso necessário, eu seria transferida. E agradeceria a Deus por contar com isso. O mais importante: ter minha filha bem e saudável. Ela e eu.

Bom, a fase ativa foi relativamente rápida.
Após a primeira contração depois da bolsa romper ( por volta das 23:00)

Eu sabia que já estava ali. Só tivemos dois exames de toque durante todo processo. No último, eu já estava lá. Colo apagado. 10 de dilatação. Já era hora de mergulhar nas águas do expulsivo. Minha neném já queria sair.

Você não tem mais controle algum sobre seu corpo. Deus é tão perfeito que quando ele nos fez, cada mecanismo do nosso corpo foi pensado para trabalhar da forma correta. Então, não adianta, seu corpo sabe parir. Seu bebe sabe nascer. A força do expulsivo é incontrolável. Eu nao tinha mais controle sobre esse momento.

O meu corpo avisava que era hora, e pronto. A força surgia. E foi assim. Você sente o círculo de fogo chegando e o incontrolável se transforma no maior milagre da vida: o nascimento.

Parir com respeito é viciante( já diria minha doula) agradeço a Deus por me permitir gerar mais uma vida. Ao meu marido por ser melhor do que um dia sonhei. Sem você, nada seria igual @carlos_melo.py E a toda equipe que me ajudou a trazer minha filha ao mundo. A Fernanda de alguns anos atrás, que não detinha de tanta informação, jamais iria querer ter seu filho em casa. Se você me perguntar, por qual motivo eu optei por isso. Pode ser que talvez tenha sido pela pandemia, talvez pela experiência única de dar a chance de minha mãe, marido e filho estarem presentes. Talvez por medo das paredes brancas do hospital. Talvez por medo de intervenções desnecessárias. Nao sei te responder.


“Última parte: A Raquel nasceu no dia 26/06. À 01:40 da manhã. Na hora dela. No tempo dela.

Seja qual for a forma que você escolheu para o seu filho vir ao mundo, pode ser que por vários motivos, o nascimento tenha sido de outro maneira, você planejou um parto de uma forma e terminou de outra. Abrace isso. Você viveu uma grande experiência. Eu tive 2 partos. Um normal hospitalar - o qual com 9 de dilatação eu pedi por analgesia. E um natural. Sem intervenções. Em casa. Igual a sua avó. Isso não me faz melhor e nem pior. Mas essa é a minha historia. E resolvi contar. Me orgulho dela. O maior orgulho que eu tenho é: criar meus filhos. E eles crescerem saudáveis. Em graça, sabedoria e estatura. Nada importa se o resultado final não for criá-los. Dar amor. Educar. Eu não terceirizo isso.

Gostaria que todas as mulheres pudessem escolher como gostariam de parir. E que seu desejo fosse respeitado. Eu respeito sua escolha.

Agora bem vinda ao puerpério. Mergulha nesse mar. Enfrenta as tempestades. Abusa da sua rede de apoio. Conta com pessoas dispostas a te dar uma mãozinha. Não passe por isso sozinha. Lembre-se: ser mãe vai muito além de gerar uma vida. Você pode gerar e não ser mãe. E você pode não gerar e ser mãe. Seja a melhor mãe que essa criança, que você cria ou vai criar, poderia ter.

Encontre-se no abraço de outras mães. Confia no seu instinto. Viva com intensidade cada momento. Tudo passa. E passa rápido. Agradeço a Deus por me confiar duas vidas. Toda honra seja dada a ti, Senhor.

E obrigada por ler meu relato♥
Fernanda Deschamps @deschamps.nanda “


Parto: @deschamps.nanda
Equipe: @abayomipd e @simoniholland
Doula: @marianalopesdoula
Fotografia e vídeo: Juliana Rosa @prosaefotografia


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