Ter meu parto fotografado já era uma decisão bem antes de engravidar. Eu sempre me emocionava muito com o registro desse momento da vida das mulheres. Quando chegou o meu dia, e você foi uma das primeiras a chegar, eu sabia que depois teria a chance de reviver aquele momento e até de ter a minha percepção enriquecida com os registros que meus olhos não puderam ver. Hoje, mesmo 6 meses pós parto, a cada vez que vejo as fotos, é como se eu pudesse perceber um novo detalhe daquele dia. As fotos são completamente diferentes do que eu imaginei, e isso não tem a ver com técnica, as fotos são diferentes pq eu simplesmente não tinha a capacidade de enxergar qualquer coisa que fosse a não ser os olhares das pessoas que me acompanhavam. Eu vejo as fotos e noto que a minha percepção do ambiente do parto apesar de muito afetiva, era uma visão completamente micro. Eu só me via, via pouco mais que um metro a minha frente. Os seus registros sensíveis me possibilitam perceber (e reviver) a bolha de amor e respeito que me cercava naquele momento. E por falar em respeito, eu quase não me lembro de você no dia, e contrário do que parece, isso sinaliza que a sua presença não invade ou quebra algo no ambiente. É como se você tivesse a habilidade de flutuar no cenário, registrando sem intervir, e é exatamente isso que eu procurava quando parei para escolher a pessoa que me acompanharia nesse momento. O amor só é possível ser registrado por aquele que é tocado por ele, e lembro muito bem de ouvir (nos vídeos prévia que tive acesso) a sua voz falando com Raul enquanto ele era examinado pela equipe. Você era doce e desejava as boas vindas a ele. Você havia sido contratada para ser carinhosa com meu bebê, mas esse é o diferencial de quem faz o que ama, você se entrega e se conecta sem deixar nem rastros. Que trabalho sensível! Obrigada por me presentear com seu olhar!

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