Vivemos em uma cultura tóxica que nos faz reprimir cada vez mais nossos sentimentos, nossas angústias e o nosso corpo, criando essa visão de que todas as mulheres precisam ser imbatíveis e ai de nós se demonstrarmos algum sinal de descontentamento ou “fraqueza”.
Se uma mulher chora, por exemplo, logo virá aquele comentário "Ah mulher é sensível mesmo" ou "Ela deve estar "naqueles dias", não vamos nos meter". A cada comentário desse somos invalidadas, colocadas em uma caixa que determina nossa identidade como se toda mulher fosse assim, como se não existissem outros motivos para se chatear além da TPM ou como se nossos problemas fossem sempre fúteis, sem seriedade alguma.
Em nossa cultura, o feminino está sub-representado, apagado, como se todas as mulheres fossem iguais e nossas necessidades e sentimentos fossem banais, em contrapartida, o masculino está sempre hiper expresso, como se fossem coisas totalmente diferentes uma da outra, mundos e seres diferentes.
Precisamos combater essa ideia de que toda mulher é meiga, delicada e emotiva, o feminino não é só receptivo, ele também contém a fagulha, explosão e força. É necessário equilibrar as coisas para que nossas individualidades como mulheres não sejam apagadas.
Nossas preocupações, problemas e sentimentos precisam sim ser respeitados, mas não apenas como um grupo, e sim como pessoas individuais que sentem e vivem de maneiras distintas. Não precisamos de estereótipos, precisamos de respeito e reconhecimento de quem somos, independente do gênero ou orientação sexual.
Texto: Dra Patrícia Carvalho
@drapatriciacarvalhosilva
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