Esse é um post sobre mim, para que ele não seja sobre você no futuro.
Quando eu engravidei do Emanuel eu fui bem seletiva com relação a equipe que iria me atender e disso é algo que eu não tenho nenhum arrependimento, mas hoje eu tenho a sensação de algumas coisas ficaram pra trás... as minhas memórias.
Quando eu conto sobre meu parto eu falo sobre aquilo que está na minha mente. Recentemente eu li o relato de parto escrito algumas semanas após o nascimento do Manu e eu fiquei chocada em como eu não lembrava de tantos detalhes. A memória falha.
Eu não conheço a minha expressão de dor. Eu não me lembro exatamente das coisas que meu marido fez para me ajudar e me acalmar (só lembro de brigar com eles rs). Eu não sei se demonstrei o quanto o abraço da enfermeira foi importante pra mim enquanto ela me dizia que eu era capaz sim. Eu não lembro se a minha expressão foi de alívio após analgesia.
Eu não tenho a mais vaga ideia de como meu esposo me olhou naquele dia. Eu não consigo compartilhar com ninguém a profundidade do olhar do meu filho quando me viu a primeira vez. Eu não conheço a expressão do meu marido se tornando pai. Eu não tenho o registro do momento mais importante da minha vida, quando o meu médico disse: “pega teu filho!”.
As únicas duas fotos que eu tenho do nascimento do Emanuel eu mesma pedi para o meu esposo tirar com o celular dele, num rápido momento em que eu me lembrei disso.
Eu gostaria de rever todas as cenas que citei há pouco, mas acima de tudo, eu gostaria profundamente de mostrá-las ao Emanuel.
Com tudo isso eu aprendi que memórias não tem preço quando, por seu valor, tem prioridade!
E para você isso é prioridade?
Texto da maravilhosa @fernandabucko